Wednesday, January 05, 2005

Por que ela não para de falar? E porque ela fala com essa voz estúpida? Caralho, sempre está de mal humor, uma espécie de beata social e esnobe que acha tudo ruim, ou algo como Dona de Casa Da novela Das Oitos Que Adora Caras E A Campanha da Fraternidade & eu acho que até acredita no "criança Esperança". quando estou ao telefone ela cala a boca para ouvir o que eu falo, e quase sempre o que eu falo não são coisas que se escrevam. quando estava na piscina alguém disse :"que boa vida hein?", poiszé, mas a vida não é boa? Segundo a realidade católica a vida tem que ser escura, fria, cheia de culpa pelo pecado, e trepar só para a reprodução. Poesia é coisa do cão. Mas o cão não são os antigos deuses manchados pelo machado cristão?Então, viva o cão, viva exú, viva Jesus Cristo de Nazaré e seu anarquismo, e não essa moral cristão estúpida.
Ela me disse no msn que ontem eu tava que tava mas sério nem lembrava que tava que tava, quer dizer lembrei quando tomava banho e me tocava que eu tava que tava mais era nos seios que eu sentia todo o peso deles e o bico, eu tava que tava mesmo?
Tudo bem, aquela outra que falava no início desses texto louco tinha parado de falar mais só para dormir e sonhar com panquecas, pastelões e paredes limpas, sem nenhum quadro meu sujando de vida o lugar. Porque o que importa agora é o que não diz nada, falar falar e não dizer nada, ela fala fala mas é como nada, porque ela não fala sobre o que sente? Porque não chuta o pau da barraca? Não, lenga lenga desgraçada, ainda bem que não tenho uma arma. Mesmo com a porta fechada ainda se ouve um zumbido de voz, serpente andando no chão, não posso nem pegar o violão, não sei, acho que ela precisa de um vibrador.

uive para a Lua:

MEA CULPA

Tudo culpa da merda da poesia, porque eu tinha que nascer com essa doença?
Essa mania de ter sentimentos?
Essa coisa idiota que é o desejo de criar, o não se acostumar a realidade?
Poderia ter sido médico, engenheiro , advogado, mas não, fui inventar de
Ser poeta, artista plástico, escritor, músico, essas coisas que não servem pra nada,
Não dão dinheiro a ninguém,
Agora tou aqui fudido, sem prestigio diante da sociedade e seus homens sérios.

Porque não estudei os livros da escola em vez de ficar lendo romances frívolos de escritores loucos como Kafka, Herman Melville ou Henry Miller,
Porque odiei tanto física, matemática?

Poderia ao menos ter sido um pintor de flores, quadros vendáveis para decorar
Casas de madame,
Mas só quis pintar coisas psicodélicas, surrealistas, tapas na cara da sociedade,
Como um menino mimado que fui e sou.
Pintava cus , picas e bucetas como forma de protesto contra esses dias caducos,
Pintava seres deformados que representam essas figuras malucas dos nossos dias.
Porque fui logo me influenciar por pirados como Eduardo Boaventura, Klee, Miró,
Kandinsky, Hundertwasser e outros? E Não por aqueles pintores que estão sempre na revista Cara, tipo aquele tal de Romero Brito?

Porque não estudei a fundo o instrumento e fui tocar numa bandinha dessas de baile para ganhar grana? Não, montei uma banda de punk rock que tinha uma música chamada “quero fuder”, sou mesmo idiota.

Quanto a poesia, não tem jeito, de qualquer forma que escreva, sempre vou estar sem dim dim no bolso. Preciso é de um paletó e de um bom emprego. Me tornar velho por dentro, criar teias de aranha, falar mais forte, olhar mais forte, sempre hostil, criar bigode, parar com essa coisa de sentimentos, começar a ler “Inteligência Emocional” para saber como lidar com isso perante ao emprego, usar sapatos de bico quadrado, falar em “gestão disso, gestão daquilo”, fazer meu marketing pessoal, essas coisas. Vou na farmácia procurar um remédio para essa doença chamada Poesia.



uive para a Lua:

Tuesday, January 04, 2005


Will Eisner morreu, snif, snif. Will me proporcionou altas horas de diversão e cultura com seus quadrinhos geniais. Um pedaço da passado se vai, um prédio antigo, um hidrante, um bueiro de nova york soltando fumaça, e eu, em alagoinhas, bahia, viajando com isso tudo, ouvindo lá fora o canto dos pássaros e as carroças passando sobre os paralelepípedos. Will era um quadrinista a moda antiga que criou o novo, o formato de revista em quadrinho que mais parece livro, as narrativas literários no mundo dos quadrinhos. Como disse Jimi Hendrix: "quando eu morrer, coloquem os discos para tocar", aposto que Eisner diria algo como "leiam os albuns".snif, snif.

uive para a Lua:

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