Thursday, February 24, 2005

NINGUÉM POR PERTO, NINGUÉM NA JANELA

Porque essa necessidade boba?
Essa vontade que não passa?
Essa farsa?

Eu pedi dinheiro emprestado e sei que pagarei com sangue.

Tudo é irreal, tudo simulacro e simulações,
Tudo é mentira, toda a verdade está dentro dos livros e filmes,
Só preciso de uma cama e uma biblioteca,
Ninguém por perto, ninguém na janela.

d..b
2005

uive para a Lua:
alguém me disse que deveria deixar essa coisa de ser artista, que tinha que pentear melhor o cabelo, que me vestir melhor e deixar essa "mamata". putz, o problema é que eu não consigo, nasci com essa doença, essa maldição. para vc que disse isso, segue poema em linha reta:

POEMA EM LINHA RETA
(Álvaro de Campos)

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado
[sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó principes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

uive para a Lua:

Tuesday, February 22, 2005


Meu inferno astral cinematográfico. 4 filmes seguidos ruins em poucos dias. O sorriso de monalisa, Elefante, Northfork, e (argh mil vezes, porque ainda estou com o gosto ruim desse filme péssimo) O fantasma da ópera. Esse ganha de todos, acho que foi o pior filme que já vi em toda minha vida. É tipo um novela mexicana musical que se passa num castelo tipo castelo de caras trash com canções estúpidas e até tecladinhos trash anos oitenta tem. O pior do universo.

uive para a Lua:

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