Tuesday, January 11, 2005

Segue aí abaixo um poema de 2003, um ano estranho, talvez mais estranho e revelador que 1994, não sei, só sei que fazia frio e as vezes as palavras se perdiam na boca. Mais de madrugadas as vezes era bom, nem sempre.


GASOLINA

Venha dizer o que sinto quando já não sinto nada:
-Por favor, amor , abaixe essa espingarda!
Tudo é azul quando eu estou dormindo,
Só me sinto cinza quando visto calça e cinto,
As vezes tudo aperta, as vezes tudo esperma,
Na rua não tem muito espaço:
-Carro mata sapo!
E muitos postes para os bêbados mijarem,
Nos prédios há muitos poodles e todos são gentlemans,
Eu as vezes queria ser um poodle
Criado por uma ninfeta linda, de aparelho colorido nos dentes,
Mas querer não é phoder,
Como disse Ela numa noite fria no velho e distante apartamento
branco, vazio e cheio de sangue de minha alma
Espancada até a morte por suas palavras de Amor.

d..b
2003

uive para a Lua:
O CHEIRO DE CHUVA NO ASFALTO

Os cabelos que se misturam e formam as cores que dançam dentro do copo de Martini
E o riso tortinho de menina torta caminha até a porta e a pele lisa
Um riso

E discos de vinil no quarto A foto que ela me afanou com um afago no fígado
O sol que ela trás dentro do bolso A bolsa tão grande com alguns corações crus dentro
Uma voz que é como o veludo com algumas cinzas de cigarro queimando um braço
Ou o corpo todo em brasa como
o cheiro de chuva no asfalto

d..b
2005

uive para a Lua:

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