Thursday, August 12, 2004

só podia ser eu mesmo, aniversariar no dia mais sinistro do ano, 13 de agosto (e ainda por cima sexta-feira). Massa né?Eu acho, dava para fazer uma festa com tema de filme de terror, ehehehe. Daí minha mãe veio aqui em ssa e me deu de presente um livro que eu quero das karas do italo calvino, contos fantásticos do século XIX. demais, só saio de casa agora quando ler ele todin.(e tem uma dedicatória linda, mainha é ótima em escrever dedicatórias). E para melhorar as koisas minha nega tá vindo para ká. Tá rolando, tá rolando. Acho que vamos no show da leite de rosas.

uive para a Lua:

Wednesday, August 11, 2004


Cavaleiro, Daniel Barbosa, Salvador/Bahia, Agosto de 2004, computação gráfica.

uive para a Lua:

Tuesday, August 10, 2004

se liguem, o endereço desse site agora é http://www.roquetriste.blogspot.com, então quem tinha o http://www.adnausea.blogspot.com nos favoritos troca por esse , o adnausea. blogspot.com continua funcionando mais não aparece os novos post. quem fica parado é preda.

o editor desse troço

uive para a Lua:

Tou fazendo uma releitura desse quadro de Sandro Botticelli, "o nascimento de vênus", o que tá me dando muito prazer.
O neoplatonismo desenvolvido nos escritos de Marsilio Ficino e nos poemas de Poliziano, sintetizado com certos preceitos cristãos, parece ser a principal inspiração deste quadro. Botticelli inclui ainda, em sua construção, uma releitura de algumas passagens dos mitos ligados à figura de Vênus/Afrodite4.

A cena retratada na pintura mostra Vênus, que nasce de uma enorme concha, sendo conduzida pelos ventos – os Zéfiros –, aqui representados por dois amantes. A deusa tem a seu lado direito, vinda do continente, a casta Hora, trazendo um manto florido para cobrir a sua nudez. Os ventos sopram rosas que perfumam todo o mar.

Esta passagem parece ser uma alusão ao poema de Homero (Swinglehurst, 1996:45), no qual Zéfiro sopra Vênus, logo após o seu nascimento, até a ilha de Chipre, onde ela é recebida por Hora5, que a veste e a perfuma para que seja conduzida ao monte Olimpo, e tome o seu lugar junto aos deuses imortais. A cena remete ainda ao famoso quadro de Apeles (séc. IV a. C.), o grande pintor grego, que representa Afrodite com o epíteto de Anadiômene, "a que surge" das ondas do mar (Brandão, 1994:216).

Com relação ao nascimento da deusa, duas versões podem ser destacadas. A primeira, mais antiga, mencionada em Apeles, é aquela presente no relato de criação de Hesíodo, a Teogonia. Nesta versão, Vênus/Afrodite nasce das espumas do mar, que são, na verdade, a mistura do sêmen e do sangue derramados de Úrano (o Céu), castrado por seu filho Cronos/Saturno numa disputa de poder. Em uma outra versão, encontrada na Ilíada, a deusa do amor nasce da união de Zeus e Dione.

É curioso notar que o aspecto mais terrível do mito fica fora desta composição: não há referências explícitas no quadro ao mito teogônico da castração. Em Botticelli, Vênus nasce de uma enorme concha, cujo simbolismo pode evocar as qualidades fecundantes, criadoras da água6.

Segundo Wind (1968), a postura da deusa sintetiza, ainda, a natureza dual do amor, ao mesmo tempo sensual e casto. Interpretada à luz do neoplatonismo, Vênus representaria a união de qualidades espirituais e instintivas, a transcendental "união de contrários" (ibid.). É o que Lopera et alii (1995:122) apontam como a fusão do reino da Venus Humanitas com a luz da Venus Coelestis, a luz divina.

As personagens que a acompanham só vêm corroborar esta visão. Do lado esquerdo, estão os amantes Zéfiros, que exalam o sopro, o espírito da paixão – materializado nas rosas –, através do qual a deusa recém-nascida é movida e inspirada. Do lado direito, vemos Hora representando a castidade, pronta a cobrir a nudez/sexualidade da deusa. Seu vestido, assim como o manto que carrega – ambos cobertos de flores –, podem ser ainda uma alusão à primavera, estação onde os poderes sensuais de Vênus estão no auge.

Todo o lirismo e poesia presentes na obra de Botticelli – "que se concentra menos na ação e mais no sentimento, através da adoção de uma atitude contemplativa" (ibid.:121) – fazem, em última análise, uma apologia da beleza que a figura de Vênus encarna. É a beleza que toma forma na água informe, fluxo contínuo, gerador de todas as coisas. "O Nascimento de Vênus" é uma alegoria, pela qual a mensagem divina desta beleza7 tão festejada chega ao mundo, através da síntese amorosa promovida pela já mencionada união dos contrários. Vênus é o poder que imprime a ordem transcendente nas coisas visíveis, traduzindo nas formas o spiritus perfumado e florido do divino:

"(...) Sob o seu símbolo, reina no ser humano a alegria de viver, na festa primaveril de embriaguez dos sentidos e no mais refinado e espiritualizado prazer da estética. Seu reino é o da ternura e das carícias, do desejo amoroso e da fusão sensual, da admiração feliz, da doçura, da bondade, do prazer e da beleza. É o reino daquela paz de coração que chamamos felicidade."

Chevalier e Gheerbrant, 1996:938

uive para a Lua:

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