Thursday, November 25, 2004
UM TIRO DO ESCURO ENTRA NO MEU UMBIGO
Uma manhã, dormir desde as oito, esse tempo todo perdido, não vivo,
Só em sonhos: alguém que chora, uma tv que berra, frio e até
pensei que Ela em Porto Alegre deve sentir um frio bem maior,
deve ficar perto do aquecedor, Ela é Aquele músico genial,
O que cansou de ouvir trilhas sonoras,
Um tiro do escuro entra em meu umbigo,
David Bowie agora de manhã,
Sonic Youth de noite,
um quadro como um tiro que entra em meu umbigo,
Preciso de um novo abrigo,
Longe desse lustre, nesses sons de telefone, desses banheiros brilhantes,
Longe, bem longe dessas vozes fofoqueiras,
Dessas mangueiras que saem das bocas e jorram a vida dos outros,
A faculdade como um tiro no escuro que entra em meu umbigo,
Cordão umbilical até Alagoinhas amarrado aos paralelepípedos como uma âncora,
Já nem sei o que sou,
Essa pergunta clássica e outra,
Ramones ainda é uma verdade, Pura diversão alienada,
Carpe Diem,
Evil Dead,
Dez dedos na mão ainda é a solução.
d..b
2004
